Caso Isadora: Homem é condenado a 12 anos de prisão por matar modelo gaúcha em SC
Acusado de matar modelo gaúcha será julgado em setembro em SC Paulo Odilon Xisto Filho foi condenado a 12 anos de prisão por matar a namorada e modelo gaúch...

Acusado de matar modelo gaúcha será julgado em setembro em SC Paulo Odilon Xisto Filho foi condenado a 12 anos de prisão por matar a namorada e modelo gaúcha Isadora Viana Costa, de 22 anos. O julgamento teve início na quarta-feira (3) e terminou na madrugada desta sexta (5). O réu teve negado o direito de recorrer em liberdade e foi encaminhado à prisão para cumprir a pena. O crime aconteceu em Imbituba, no Sul de Santa Catarina, em 2018. Segundo o Ministério Público (MP), o homem imobilizou a jovem e passou a agredi-la, causando trauma abdominal e a ruptura da veia cava em decorrência da violência física. Além da condenação por homicídio qualificado por feminicídio, ele também perdeu o cargo público de tabelião. O g1 procurou a defesa do homem e aguardava retorno. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp As provas que levaram a condenação do homem foram apresentadas pela Promotora de Justiça Patricia Zanotto e pelo Promotor de Justiça Geovani Werner Tramontin, que integra do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI). Conforme o julgamento, Xisto Filho matou após ela ter revelado à irmã do réu que ele fazia uso excessivo de drogas e bebidas alcoólicas. O acusado chegou a ser preso duas vezes, em 2018 e 2019, mas respondeu parte do processo em liberdade. No julgamento, os jurados também ouviram a família da jovem morta. A irmã gêmea de Isadora, Mariana Viana Costa, lembrou a falta da companheira de vida. “A Isadora era a minha melhor amiga e eu nunca mais vou poder ter ela na minha vida. Isso que a gente lembra todos os dias. Uma dor que vai ficar para sempre". Modelo gaúcha Isadora Viana Costa, morta aos 22 anos em Santa Catarina Arquivo/g1 SC LEIA TAMBÉM: Oficial de cartório é acusado de matar a namorada Acusado de matar namorada se apresenta e volta à prisão STJ determina soltura de acusado de matar modelo em Imbituba Como os dois se conheceram e crime Conforme o MP, o acusado conheceu Isadora em Santa Maria (RS), onde ela nasceu, em março de 2018, quando começaram a namorar. Em 22 de abril de 2018, a jovem aceitou o convite para passar uns dias no apartamento do namorado, em Imbituba. O crime ocorreu na manhã de 8 de maio de 2018. Após uma noite de consumo de álcool e drogas, Isadora telefonou, por volta das 6 horas, para a irmã do réu pedindo que fosse até a casa dele, relatando que o namorado passava mal. O pedido de socorro teria irritado o acusado, porque assim sua família saberia do consumo de drogas. "Cerca de 30 minutos depois, após a saída da irmã e do cunhado da casa, o réu imobilizou a jovem e passou a agredi-la, causando trauma abdominal e a ruptura da veia cava em decorrência da violência física. A perícia afastou a hipótese levantada pela defesa de que Isadora teria morrido em razão de overdose", informou o MP. Mesmo diante da gravidade das agressões, o homem demorou para pedir socorro. Entre 7h15 e 7h30, ligou duas vezes para um amigo médico, relatando que a namorada estava convulsionando, e apenas depois acionou o serviço de emergência. Quando os socorristas chegaram ao apartamento, Isadora não apresentava sinais de convulsão, mas estava inconsciente. Encaminhada ao hospital, a jovem não resistiu. O médico responsável, ao constatar que a situação do corpo não correspondia à versão narrada pelo acusado, acionou imediatamente a Polícia Civil, dando início às investigações que culminaram na condenação. Durante o julgamento, amigas da vítima também relataram episódios em que Isadora demonstrava medo diante do consumo excessivo de álcool e drogas pelo réu. Delegados que atuaram no caso também foram ouvidos. Isadora morreu após sofrer golpes no abdômen, informou laudo do IGP reprodução Facebook O que diz a defesa da família da jovem Isadora Viana Costa foi morta em 08.05.2018, na Casa do então namorado. A causa? Segundo o próprio legista, reiterado uso da força. Uma morte violenta, num espaço privado, onde só os 2 estavam. Caso clássico de Feminicídio, que a voz da vítima não pode mais ser ouvida. No outro lado, um homem branco e rico, que não poupou recursos na sua defesa. São mais de 7 anos de espera para o júri popular. Uma família foi despedaçada. A Isadora é mais uma vítima do patriarcado, do machismo e da misoginia, que só em Santa Catarina, de janeiro a julho de 2025 já vitimou 26 mulheres, pelos dados da SSPSC. A luta é pela Isadora, mas também é contra a violência doméstica e de gênero de todas as mulheres, que muitas vezes também são vítimas do judiciário. O que disse a defesa do homem A defesa de Paulo Xisto, patrocinada pelos escritórios Aury Lopes Jr. e Ércio Quaresma, considera que ficou devidamente esclarecido perante o Conselho de Sentença as informações e a cronologia dos fatos que estavam distorcidos. No decorrer do dia de ontem ficou demonstrado que a tese acusatória de chutes, socos e pontapés foi uma ilação do perito, pois a realidade aponta para o lado oposto: vítima veio a óbito em decorrência de uma overdose de cocaína. As provas técnicas convergem no sentido de que a causa do óbito decorreu de uma fatalidade na qual a vítima engoliu de quantidade expressiva de substância entorpecente (cocaína), circunstância que lhe ocasionou lesões internas de natureza letal. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias